Nesta semana, a Cooperfarms fechou uma série de três lives técnicas voltada ao controle de doenças e ervas daninhas na cultura da soja. Os webinars reforçaram o compromisso da Cooperativa pela sustentabilidade da atividade agrícola.
Assegurar que o produtor cooperado otimize ao máximo os custos de produção e ainda assim, construa lavouras com alta performance são as tônicas de uma série de encontros técnicos virtuais que a Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms) organiza neste período que antecede o início da safra 2020/21.
A promoção de debates técnicos faz parte uma agenda estratégica do departamento comercial e do comitê técnico da Cooperativa, executada desde 2015, e que agora, em função das medidas de distanciamento social por causa da pandemia pelo COVID-19, ganha formato digital, sem perder a essência dos encontros presenciais: de levar informação gabaritada até o cooperado.
Segundo o presidente da Cooperativa, Marcelo Kappes, a praticidade e a integração oferecidas pelas plataformas digitais com chamadas de videoconferências por exemplo, tem, inclusive, facilitado a maior inserção e o engajamento de cooperados e consultores nos debates. “Apesar das adaptações exigidas pela pandemia, estamos conseguindo transmitir, de forma segura e com alto padrão técnico, o que há de mais atualizado em pesquisas que envolvem desde performance de moléculas até a introdução de novas técnicas de manejo”, garantiu.
Kappes reiterou que os encontros são patrocinados unicamente com recursos do Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social (Fates) - que têm origem parcial no resultado de atos cooperativos e a integralidade do lucro proveniente das operações com terceiros, e como o próprio nome sugere, tem o intuito de contribuir na educação e formação dos cooperados e colaboradores. “São debates com alto conhecimento técnico, embasados unicamente por pesquisas agronômicas, ou seja, são informações e análises transparentes e independentes de quaisquer companhias detentoras de tecnologia”, frisou.
Performance de defensivos - A tríade técnica formada pelos engenheiros agrônomos Fabiano Siqueri, Milton Ide e Mônica Martins abriu a série de lives, que iniciou em junho, com a apresentação dos resultados de ensaios técnicos no controle de doenças na cultura da soja na safra 2019/20, tendo como base estações experimentais independentes localizadas no estado de Mato Grosso e na região Oeste da Bahia, além de sugerir estratégias de manejo para a safra 20/21.
Segundo os pesquisadores, além da ferrugem asiática, outras doenças também entraram na lista de patógenos com forte potencial de perdas. Os dados estão em uma pesquisa de mercado realizada pela Kleffmann Group em 2019, e que avaliou a perda nacional de produção em decorrência de doenças (sc/ha). A ferrugem asiática permanece no topo do ranking com 34,9%, antracnose e a DFC seguem praticamente empatadas com 16,7 % e 17%, respectivamente, seguindo de mancha-alvo com 12% de perdas registradas.
Para a tríade técnica, o sojicultor terá que adotar práticas de manejo que vão além da escolha correta de um defensivo agrícola e ater-se não somente ao desenvolvimento da ferrugem da soja, mas às perdas silenciosas por DFC e mancha-alvo. “É o conjunto de medidas que definirá o sucesso no controle das doenças e a eficácia das tecnologias. O produtor precisa agir de forma preventiva, ou seja, evitar aplicações em alta pressão de doença e de forma curativa”, orientaram.
Manejo de plantas daninhas - O pesquisador e professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Robinson Osipe liderou o segundo webinar. Com o tema “Manejo de plantas daninhas no Sistema Plantio Direto”, a live contou com a participação do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja), Fernando Adegas.
Segundo eles, apesar da incidência de plantas daninhas ser maior no Sistema Plantio Direto, a técnica ainda sobressai ao plantio convencional, devido aos efeitos benéficos sobre os atributos físicos, químicos e biológicos do solo. Entre os cases apresentados e que apresentam forte pressão, estão o capim-amargoso (Digitaria insularis), o capim pé-de-galinha (Eleusine indica) e vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata).
As principais recomendações ficaram sob o olhar cauteloso para o crescimento da resistência de plantas daninhas a vários tipos de herbicidas, sobretudo com o uso indiscriminado do glifosato; o manejo com a priorização de roçadas em uma ação conjunta com herbicidas em plantas com até 2 perfilhos, no caso do capim amargoso, além de uma possível migração de outras plantas daninhas, como o capim trapoeraba, erva-de-touro, erva-quente e murdania para a região. “Com o alto tráfego de máquinas agrícolas oriundas principalmente do Sul do país, o produtor deve ficar atento ao uso de colheitadeiras infectadas com sementes de ervas daqueles estados. A dica é realizar a limpeza de tratores, implementos, colheitadeiras e semeadoras, antes de entrar na lavoura”, sinalizaram.
Manejo de doenças - O fitopatologista e pesquisador do Instituto Phytus, Nédio Tormen encerrou nesta terça-feira (14/07), a série de webinars voltada para o manejo das lavouras de soja. Complementando o conteúdo apresentado nos encontros anteriores, Tormen comentou como o ambiente impactou a incidência de doenças na safra 2019 e as estratégias de controle utilizadas em cada uma delas. De acordo com ele, fatores como, clima e performance de fungicidas interferiram nos resultados.
Para a safra 2020, Tormen reforçou a necessidade de abrangência total no controle de doenças, não somente à ferrugem asiática. “O controle começa na escolha de cultivar e na qualidade das sementes, seguido do posicionamento preventivo dos fungicidas e o uso de produtos eficientes desde o início”, disse. Taxativo, considerou ainda, aspectos quanto a resistência, a eficiência e espectro da tecnologia. “Precisamos acertar o alvo. Para isso, é indispensável a utilização de fungicidas multissítios e uma pulverização com qualidade”, finalizou Tormen.
Próxima live - Uma próxima live, ainda sem data reservada, deverá tratar das perspectivas climáticas para a próxima safra. O diretor comercial da Cooperfarms, Odair de Aguiar, lembra que os webinars são uma estratégia do departamento de apresentar aos consultores e gerentes de fazendas os resultados de experimentos realizados na região e de principalmente, direcionar o produtor na tomada de decisão. “Esses bate-papos são uma iniciativa exclusiva que a Cooperativa organiza para seus cooperados, consultores e gerentes, com intuito de tornar a atividade agrícola sustentável, com menos riscos de perdas e maior assertividade no manejo”, concluiu Aguiar.