Depois de dar os primeiros passos no agronegócio brasileiro em 2013, ao licenciar um inseticida biológico para o Consórcio Cooperativo Agropecuário Brasileiro (CCAB), no auge de uma infestação de Helicoverpa armigera, a australiana AgBiTech chega de vez ao mercado agrícola local. A companhia lança dois novos lagarticidas à base de bacculovírus, para uso nos principais sistemas de produção brasileiros.
Na Austrália, a AgBiTech assumiu em pouco tempo a liderança do mercado de proteção biológica de cultivos, com participação acima de 95%.
Em 2015, a AgBiTech transferiu sua sede para os Estados Unidos. Em Dallas, no estado do Texas, construiu a mais moderna fábrica de baculovírus do mundo, com capacidade para suprir uma demanda inicial de 15 milhões de hectares de lavouras tratadas. A empresa também decidiu, à época, investir fortemente no Brasil, onde montou um time de pesquisa e desenvolvimento formado por especialistas, para dar suporte à obtenção de registros locais e desenvolver pesquisas a campo. Esse trabalho vem sendo feito em parceria com alguns dos mais renomados pesquisadores e consultores do País. Na Bahia, a AgBiTech e Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms) estabeleceram uma parceria para levar o portfólio de forma exclusiva aos seus cooperados.
De acordo com o diretor geral da AgBiTech para a América Latina, Adriano Vilas-Boas, a empresa é resultante da combinação de longa experiência a campo, inovação científica e desenvolvimento tecnológico. “Trabalhamos diretamente com pesquisadores, consultores e agricultores focados em inovação, para assegurar a customização de nossas novas tecnologias aos complexos sistemas de produção brasileiros”, resume Vilas-Boas.
Vilas-Boas sustenta que o mercado nacional de controle de lagartas passará por “grandes transformações” nas próximas safras. “O aumento da pressão de pragas previsto por pesquisadores, e o desafio de produzir alimentos em um país tropical como o Brasil, demandam a introdução de novas ferramentas tecnológicas. Produtos com modos de ação distintos e perfil sustentável, como os baculovírus, terão mais relevância.” Para ele, o iminente desenvolvimento de resistência de pragas a moléculas químicas e a culturas transgênicas também trará mudanças marcantes na configuração do mercado.
Baculovírus no Brasil - A produção de defensivos biológicos no Brasil, principalmente baculovírus, ainda tem alcance limitado. A AgBiTech acredita que sua chegada ao País tende a mudar esse cenário, pois a empresa detém tecnologia de ponta, propriedade intelectual e infraestrutura de produção para entregar grandes volumes de produtos
A primeira safra comercial da AgBiTech Brasil está em andamento. A empresa, de forma planejada, comercializa este ano um volume limitado de produtos, enquanto avança na integração de sua nova tecnologia aos principais sistemas de produção do agronegócio. “Participam de nosso lançamento alguns dos mais importantes produtores de soja e algodão do País, unidos a um time de entomologistas com reputação de liderança na introdução de novas tecnologias. Temos o prazer de poder contar com a Cooperfarms como nosso parceiro estratégico e exclusivo na Bahia”, revela o diretor Vilas-Boas.
Para o presidente da Cooperfarms, Marcelo Kappes, essa parceria reforça a prospecção de mercado que a Cooperativa articula para os próximos anos. “Estamos bastante otimistas com essa parceria exclusiva com a AgBiTech, na Bahia, no momento em que a Cooperfarms busca novos acessos e a ampliação no portfólio, especialmente em soluções eficientes e seguras de manejo e controle de pragas, como tem se mostrado os defensivos biológicos, em diversos cultivos”, afirma Kappes.
Professor-doutor da Unesp de Ilha Solteira (SP), o pesquisador Geraldo Papa integra a equipe de cientistas alocada pela AgBiTech Brasil. De acordo com ele, os estudos realizados no País mostram que os inseticidas biológicos já trazem uma boa notícia a produtores de soja e algodão preocupados com o controle de lagartas do gênero Spodoptera, de difícil manejo, nos cultivos convencionais e transgênicos.
“Os baculovírus trazem mais eficácia ao controle da Spodoptera. Reduzem o número de aplicações de químicos e prolongam o período de controle da população dessa lagarta que é hoje um dos ‘gargalos’ da agricultura”, afirma Papa. Ele acredita que a adoção de biológicos tende a aumentar bastante nos próximos anos. “Há produtos que estão enchendo os olhos dos pesquisadores, principalmente pela seriedade adotada em seu desenvolvimento.”
Fonte: com informações Ascom AgBiTech