
No último sábado (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos, o cooperativismo de Luís Eduardo Magalhães foi às ruas em um movimento de conscientização. A caminhada “Coopere com a Vida: Seja doador de órgãos e avise a sua família” reuniu sete cooperativas da cidade, mobilizando a comunidade em torno da causa da doação de órgãos.
A iniciativa integra o Sistema Cooperativista Baiano e acontece desde 2017, como parte do Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos.
Cenário da doação de órgãos na Bahia
A Bahia tem avançado em sua política de transplantes, mas os desafios permanecem significativos. Em 2017, foram registradas 611 doações de múltiplos órgãos e córneas, enquanto 1.613 pessoas aguardavam na fila. Nos anos seguintes, esse número seguiu em crescimento: em 2018 já eram 1.688 pessoas na espera; em 2021, 2.113; em 2022, 3.089; e em 2023, a fila alcançou 3.204 pessoas.
Em 2024, a situação tornou-se ainda mais crítica, com 3.733 pacientes aguardando transplante, sendo registradas 1.583 negativas familiares para a doação de órgãos e tecidos. Já em julho de 2025, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que a fila chegou a 3.877 procedimentos em espera, sendo os rins o órgão mais demandado, com 2.145 pessoas aguardando transplante.
Apesar da resistência familiar ainda representar o maior desafio — sobretudo pela falta de diálogo prévio sobre o desejo do falecido —, os números revelam avanços. Entre janeiro e julho de 2025, foram realizados 806 transplantes no estado, número que se aproxima do total registrado em todo o ano de 2017, quando ocorreram 939 transplantes.
Com o objetivo de ampliar o acesso e corrigir distorções, o estado publicou a Portaria Estadual nº 516/2025, que substitui a normativa de 2015. A nova política contempla procedimentos como o transplante de rim para pacientes hipersensibilizados e amplia os incentivos ao transplante de medula óssea, que antes exigia deslocamento para outros estados.
Caminhada em Luís Eduardo Magalhães
Em Luís Eduardo Magalhães, o grupo saiu da Praça dos Três Poderes em direção ao cruzamento das Avenidas JK e Salvador, em um ato simbólico de união pela doação de órgãos.
Ao final do percurso, foi realizada uma blitz educativa, com distribuição de materiais informativos e de mudas nativas do cerrado. A ação contou com o apoio das secretarias municipais de Saúde e de Sustentabilidade de Luís Eduardo Magalhães, do Parque Vida Cerrado e do Hospital do Oeste (HO), reforçando a importância de declarar em vida o desejo de ser um doador.
A ação foi uma iniciativa das cooperativistas agrícolas: Cooperfarms e Cooproeste, a de crédito, Sicredi e as de transportes: CoopGNP , Cootransf, Cootralem e Coopertac.
Fonte:
ASCOM Cooperfarms, com informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia