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Sexta, 13 Fevereiro 2015 23:26

Dia de campo de café discute revigoramento de cafezais

Dia de campo de café discute revigoramento de cafezais Foto: Júnior Ferrari

Com a atual safra estimada em 28,3 mil toneladas, a cafeicultura do oeste da Bahia caminha para a etapa do revigoramento do parque cafeeiro, principalmente em lavouras com idade igual ou superior a 10 anos. Hoje, o oeste cultiva aproximadamente 15 mil hectares do tipo arábica, em um sistema totalmente irrigado. Estima-se que 70% do café produzido na região sejam destinados ao mercado externo, 20% para o mercado de formulação de blends e 10% para a indústria nacional. Nesta safra, a área de produção chega a 10,8 mil hectares.

Para se expandir e fortalecer no mercado, o setor busca se qualificar, e a troca de experiência com outras regiões produtoras do país tem sido uma das alternativas, a exemplo do dia de campo de café do oeste baiano realizado no sábado, 07/02, pela Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé), na Fazenda Olinda dos Gerais em São Desidério, cooperado Cooperfarms.

Na pauta, revigoramento do cafeeiro com o consultor Régis Ricco, da RR Consultoria Rural; colheita e poda mecanizada com o cafeicultor e consultor em mecanização do café da Mundo Novo Máquinas Agrícolas, José Eustáquio Soier e a dinâmica dos nutrientes no solo com o engenheiro agrônomo da Giro Agro, Mário da Cunha.

Taxativos, Ricco e Soier defenderam um novo modelo de cafeicultura a partir da poda com “capação”, uma técnica apresentada na década de 80 e de menor agressividade a planta. Segundo Ricco, a “capação” interrompe o domínio da gema apical transferindo toda reserva de carboidrato para a lateral, o resultado é uma planta mais robusta, sem broto na parte superior, diferente do que ocorre em outros tipos de poda, a exemplo do esqueletamento, onde o tronco fica exposto à luz gerando uma superbrotação. “Quanto maior a agressão, menor a produção, e é isso que ocorre no esqueletamento, como o próprio nome diz; e na cafeicultura, broto é ladrão”, assegurou.

“Precisamos colocar no lixo essa ideia de esqueletar o cafeeiro”, completou José Eustáquio. Para ele, os primeiros passos para o revigoramento do cafeeiro são definir a realidade da lavoura e criar estratégias para aumentar sua vida útil. “Precisamos extrair todo o potencial do cafezal dando a ele todas as condições para manifestar esse potencial produtivo e só então realizar a poda estratégica para resolver o problema econômico do ano seguinte”, disse Soier.

No oeste baiano, a prática da “capação” no cafeeiro ainda é muito tímida, mas os cafeicultores garantem que o atual modelo ainda consegue atingir médias de produtividade satisfatórias comparada a outras regiões do país, isto tudo, devido à adaptação da planta às condições climáticas e de solo características do oeste. Apesar das divergências regionais, não descartam a inclusão e o teste do novo manejo de poda apresentado pelos especialistas.

Fonte: Ascom Abacafé

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