Entre 2004 e 2015, o número de trabalhadoras no agronegócio brasileiro cresceu 8,3%, sendo que o maior impulso para esse resultado veio de mulheres com mais de 30 anos, casadas e com ensinos médio e superior. 43,86% das entrevistadas afirmaram estar satisfeitas com os programas de capacitação profissional oferecidos no emprego, ao passo que a satisfação verificada em trabalhadoras atuantes nos demais setores da economia (inclusive o agronegócio) foi inferior a 41%.
Os dados do terceiro volume do estudo “Mulheres no Agronegócio”, elaborado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e que avalia os principais aspectos referentes à atuação da mulher no mercado de trabalho do agronegócio deram a tônica do bate-papo sobre a valorização e a importância das mulheres no setor agrícola, com a engenheira agrônoma e agro influencer, Alessandra Decicino, durante a quarta edição do Encontro de Mulheres Cooperfarms, evento promovido pela própria Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia, na última quinta-feira (12), em Luís Eduardo Magalhães.
“Em algum momento a mulher do agro teve que refletir sobre o seu papel, sobre suas escolhas de vida para que chegasse onde está hoje: protagonizando e inspirando, mas principalmente reconhecendo e autoconhecendo seu potencial dentro do agronegócio”, pontuou Decicino, colunista no Portal Mulheres em Campo e na Revista Agro SA, além de membra da Liga do Agro Brasil, Mulheres da Raça do Agro Brasil, União das Mulheres do Agronegócio Brasil e da Agroligadas Mato Grosso.
O encontro que acontece desde 2017, visa integrar cooperadas, esposas e filhas de associados, colaboradoras e demais lideranças do setor em um único movimento. Segundo a comissão organizadora, a ideia é promover o protagonismo destas mulheres, desde suas condições junto à família e aos negócios, através da troca de experiências, até a definição de estratégias para uma maior inserção na dinâmica social e organizacional.
Para Marcelo Kappes, presidente da Cooperfarms, "mulher é reflexo da palavra família e quando se fala de agricultura, independente da escala, também envolve a família, assim como a própria cooperativa é composta por grupos familiares. Então, esse encontro é organizado de forma muito especial, para que possamos entender toda essa interação e tudo que a mulher representa dentro dos negócios”, enfatizou Kappes.
Segundo ele, quando a delicadeza feminina é envolvida dentro do negócio familiar, “além de ser extremamente necessário, também se faz essencial na tomada de decisão dentro da porteira e no processo de sucessão familiar”, ressaltou. Hoje, a Cooperfarms conta com mais de 100 grupos familiares em seu quadro de associados, com campos de produção em seis estados brasileiros, totalizando uma área superior a 600 mil hectares.
Ingresso solidário: Nesta edição, o evento que é aberto ao público e com acesso gratuito, instituiu o ingresso solidário voluntário de um quilo de alimento não-perecível. Através da iniciativa, a comissão organizadora arrecadou 82,5 quilos de alimentos, que ainda nesta semana, serão doados à uma entidade social da cidade.