Com o aumento da incidência de nematoides em regiões agrícolas de clima tropical, a Cooperativa dos Produtores Rurais da Bahia (Cooperfarms) voltou a discutir os problemas emergentes causados pelo parasita e suas respectivas estratégias de manejo, com ênfase em áreas produtivas do cerrado baiano.

Em parceria com a companhia Casa Bugre, a Cooperativa organizou na última quinta-feira, 31/01, um circuito técnico com visitação à campo e palestra, com a presença do nematologista, Jaime Maia dos Santos. O evento, que teve programação matutina na propriedade do cooperado Airton Gorgen e o encerramento, à noite, na sede da Cooperativa, em Luís Eduardo Magalhães, destacou os prejuízos causados pela praga e a importância de um manejo correto por parte dos produtores para minimização de perdas, além da eficiência de produtos biológicos no controle. Mais de 170 participantes entre produtores rurais, consultores e engenheiros agrônomos participaram da ação.

“Os fitonematoides são hoje um dos principais fatores limitantes de produtividade nas principais culturas em todo o país, mas nosso objetivo é mostrar ao produtor que é possível produzir em áreas de incidência, desde que ele se utilize de manejo e tratos culturais eficientes”, enfatizou o gerente comercial da Cooperfarms, Leandro Santos.

De acordo com um estudo divulgado em 2015, pela Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), os nematoides causam prejuízos de R$ 35 bilhões ao ano para o agronegócio brasileiro. Apenas na produção de soja, as perdas são estimadas em R$ 16,2 bilhões, segundo a entidade.

Para o nematologista, medidas isoladas não bastam para o controle do parasita. “Para conseguir o controle eficiente, o produtor precisa adotar um conjunto de ações que vão desde a utilização de variedades resistentes, implantação de Manejo Integrado de Pragas (MIP), rotação de culturas com plantas não hospedeiras e redutoras populacionais da praga, abusar do uso de defensivos biológicos, e em casos extremos, até mesmo passar a grade, destruir toda a plantação e replantar uma cultura diferente na área”, defendeu Jaime Maia.

Entre os participantes, foi consensual a importância da iniciativa ao promover a comunicação entre produtores rurais, consultores e pesquisadores. Para o cooperado Eduardo Manjabosco, os dias de campo cumprem um papel estratégico de agregar conhecimento à atividade. “Esse é um momento em que o produtor tem para se atualizar e encontrar práticas sustentáveis de manejo e de uso de novas tecnologias que o ajudam a aumentar a rentabilidade e a produtividade das lavouras”, destacou.

“É através dessas demonstrações à campo que, tanto produtores quanto consultores, visualizam na prática os resultados obtidos através de experimentos e que vão dar suporte na tomada de decisão ao longo da safra”, completou o consultor agrônomo, Guinter Adam.

Parceria Casa Bugre - O evento também formalizou a parceria exclusiva entre a Cooperfarms e a companhia Casa Bugre, no oeste da Bahia. “A Cooperfarms tem feito grandes parcerias comerciais com o intuito de atender seus cooperados em todas as etapas de produção. E sem dúvida, a exclusividade com a Casa Bugre, chega para ampliar o portfólio da Cooperativa e consequentemente, incrementar soluções inovadoras e sustentáveis no campo”, ressaltou Leandro Santos. Desde 1981, a Casa Bugre se dedica a distribuição de sementes de hortifruti e produtos agrícolas. Hoje, são três sedes, com atuação em 10 estados brasileiros.